É uma aplicação na internet para facilitar a criação, a distribuição e a avaliação de trabalhos no processo de ensino e aprendizagem. O verbete é bastante usado no campo educacional em sua forma abreviada (AVA) ou como LMS, da expressão Learning Management System. Num curso, numa escola, faculdade ou em qualquer estabelecimento de ensino a distância (EAD), é uma das principais ferramentas de apoio para os alunos, e onde se pratica denominações como plataforma EAD, sala de aula virtual, escola on-line, dentre outras. Nesse ambiente digital, os alunos realizam diversas atividades: assistir a vídeos, participar de videoconferências, realizar leituras, analisar imagens e gráficos, visitar endereços na internet, escrever uma dissertação, responder a questionários, participar de fóruns de discussão, elaborar trabalhos colaborativos, fazer provas e esclarecer dúvidas via chat.
Todas essas operações são possíveis porque um programa de computador, hospedado num servidor, controla e monitora todas as atividades on-line realizadas pelos alunos em dispositivos como celulares, tablets ou notebooks. Por meio de nome de usuário e senha individual, o AVA gera uma série de dados relacionados a frequência, notas, entrega de trabalhos, acesso a mídias. Ou seja, além de oferecer recursos aos alunos, atende também professores, coordenadores e outros profissionais da educação, permitindo o gerenciamento em diversos níveis de responsabilidade e permissão de acesso.
Moodle, Blackboard, Google Classroom, TelEduc, Microsoft Teams são exemplos de aplicações utilizadas como AVA. Alguns são pagos e outros são gratuitos, como o Moodle e o TelEduc. Outro aspecto a ser considerado nessas aplicações é a dependência de uma equipe multidisciplinar ou de conhecimento capaz de realizar muitas funções. Ou seja, diferente de uma sala de aula, onde o professor ministra as aulas e concentra boa parte das atividades com os alunos, no AVA há a necessidade de técnicos para manter tudo funcionando ou para oferecer suporte aos alunos, de assistentes para organizar o conteúdo, de professores conteudistas para a produção dos materiais ou para gravação de videoaulas, de tutores para auxiliar os alunos nas atividades, de designers instrucionais para desenvolver o projeto de ensino, dentre outros, conforme o projeto pedagógico.
As principais funções do AVA para os estudantes ocorrem em ambiente síncrono e assíncrono: repositório de conteúdos, meio de contato com professores ou tutores e até secretaria/suporte do curso, fórum de discussão para debater temas, atividades para fixar o conteúdo, acesso à bibliografia e materiais complementares, agenda, enquetes, murais, dentre outros. É importante perceber que os ambientes são desenvolvidos com ferramentas diferentes e, se algum recurso estiver ausente ou a proposta pedagógica exigir, é uma prática comum pesquisar e incorporar ferramentas externas: há escolas que adotam um AVA, e o Zoom para videoconferência; outras usam um ambiente para as mídias e demais arquivos junto com o YouTube para vídeos; há universidades que adotam mais de um AVA para atender suas diferentes faculdades e institutos; e há até mesmo professores que combinam diferentes aplicativos, criando seu próprio ambiente. Para tutores e professores, há recursos para gestão dos alunos, administração das aulas e organização dos conteúdos, aplicação de provas e outras atividades de ensino.
Para além do conhecimento técnico, é fundamental saber que o AVA pode ser usado tanto no ensino a distância quanto no presencial ou no semipresencial (híbrido ou blended learning). O EAD pode apoiar-se totalmente no AVA para o processo de ensino e aprendizagem. Já o presencial pode usá-lo como um recurso pedagógico complementar: as aulas presenciais podem ser utilizadas para esclarecer dúvidas de atividades realizadas no AVA ou o professor ministra as aulas e orientar os alunos a realizarem atividades on-line. Além desses usos na educação formal, do ensino fundamental ao superior, incluindo a pós-graduação, o AVA pode ser utilizado em conferências, seminários, treinamentos ou em comunidades virtuais de aprendizagem. Há ainda o uso por empresas que criam uma universidade corporativa, e o AVA é o meio para concretizar essa iniciativa para treinar seus recursos humanos.
A vantagem do AVA em seus diversos usos é que o aluno pode escolher onde e quando estudar, valorizando sua responsabilidade e autonomia. Basta abrir o celular, por exemplo, e começar a estudar. Dependendo da metodologia e do plano de aula do professor, outra vantagem relevante é que o AVA pode facilitar a construção coletiva do conhecimento, contando com a participação e colaboração dos alunos conectados, incluindo desde a contribuição de cada um dos colegas como também dos diferentes conteúdos e das diversas aplicações na internet. Daí a ideia de o professor deixar de ser o detentor do conhecimento para tornar-se um mediador ou facilitador, ou ainda um curador do processo de ensino e aprendizagem, garantindo um protagonismo ao aluno. Como o AVA é um aplicativo, dentre outros que tanto gostamos em nossos dispositivos, uma desvantagem bastante lembrada é de dividir nossa atenção com os outros conteúdos. Em países com precárias condições tecnológicas para conexão à internet e dispositivos desatualizados, outra desvantagem recai no acesso ao AVA, inviabilizando as aulas virtuais.
SAIBA MAIS:
No tutorial Conhecendo o AVA – o seu ambiente virtual de aprendizagem, o canal Univesp, no YouTube, orienta seus alunos. No estudo A importância dos ambientes virtuais de aprendizagem na busca de novos domínios da EAD, no site da Abed, explora-se o Moodle e o TelEduc. Na apresentação Ambiente virtual de aprendizagem, de Cleyton Carvalho, no Slideshare, temos uma síntese.